sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ano Vocacional Redentorista

Durante a celebração da abertura oficial do Ano de Promoção da Vocação Missionária Redentorista, no dia 1º de agosto, o Superior Geral da Congregação do Santíssimo Redentor, Pe. Michael Brehl, C.Ss.R., falou sobre as expectativas para esse ano especial e também sobre a vida do fundador dos Redentoristas, Afonso Maria de Liguório.

O sacerdote destacou três ensinamentos de Santo Afonso que deverão ser seguidos como exemplo: proximidade do povo, escutar com respeito e acompanhar com compaixão e esperança.

A missa solene foi realizada durante os festejos de Santo Afonso, na Paróquia de mesmo nome, no Rio de Janeiro (RJ).
    
Confira na íntegra a homilia do Redentorista:


Caros Irmãos e Irmãs,
Caros Amigos,
É um grande privilégio para mim e para o Pe. Alberto estar com vocês celebrando a festa de Santo Afonso, padroeiro desta paróquia. Hoje, no mundo inteiro, os Missionários Redentoristas estão começando um Ano especial de Promoção da Vocação Missionária Redentorista. Que alegria festejar este momento importante com vocês aqui no Rio de Janeiro, onde acabamos de celebrar a Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco e jovens de todas as nações!
Santo Afonso foi o primeiro Missionário Redentorista. Abrir este Ano Vocacional Redentorista na festa dele é sumamente apropriado. Santo Afonso pode nos ensinar muitas coisas sobre a nossa Vocação Missionária – mas hoje eu gostaria de falar a respeito de três delas. Durante este Ano, poderemos descobrir juntos muitas outras dimensões importantes. Mas para hoje, apenas três pontos!
Santo Afonso nos ensina que a vocação missionária Redentorista significa proximidade do povo, escutar o povo com respeito e acompanhar o povo com compaixão e esperança.
Proximidade do povo: Santo Afonso cresceu bem perto das pessoas comuns. Seu pai matriculou-o como voluntário no hospital onde eram atendidas as pessoas abandonadas e sozinhas. Seu pai levou-o também às prisões para visitar os condenados à morte. Ele também ensinou Afonso a pedir doações para ajudar as famílias que ficariam sem um marido ou sem um pai. O pai de Afonso sentiu que era importante para o filho conhecer pessoalmente as pessoas comuns que enfrentavam desafios e dificuldades reais. Afonso aprendeu bem essa lição. Nunca teve medo das pessoas que eram diferentes ou pobres, ou necessitadas.
Quando era padre jovem, Afonso foi às montanhas ao redor de Scala para tirar férias. Lá encontrou muitos pastores com suas famílias, que não conheciam Jesus Cristo. Viviam na pobreza lá nas alturas, abandonados pela Igreja e pela sociedade. Afonso passou suas férias com eles, contando-lhes histórias do evangelho. Chegou tão perto deles, que deixou-os entrar no seu coração. E entendeu que devia fazer alguma coisa por eles e com eles. Naquelas montanhas, Afonso descobriu sua Vocação Missionária Redentorista.
Mas essa vocação foi preparada em sua família, na atenção de seus pais para com os vizinhos – especialmente os pobres e os abandonados. Afonso sabia que devia estar perto do povo, com os braços abertos e o coração aberto – como o Cristo Redentor no Corcovado! E a mesma coisa devemos fazer.
Escutar com respeito: Afonso foi brilhante nos estudos. Entendeu os mistérios da filosofia e da teologia melhor do que muitos de seus professores. Quando padre jovem, ficou famoso como pregador e confessor. Pensava que tinha as respostas para a maioria das perguntas que o povo fazia – e em geral ele tinha mesmo. Então ele começou a pregar ao povo abandonado do interior, e a ouvir as confissões deles. Aí descobriu que ainda tinha muito que aprender. Ouvia com respeito aquelas pessoas comuns que amavam a Deus e que queriam viver melhor. Descobriu que tinha de mudar muitas de suas ideias precedentes. Aprendeu que Deus era muito maior do que ele havia entendido até então.
Anos mais tarde, Santo Afonso reconheceu que tudo quanto ele sabia de Teologia Moral, ele havia aprendido ouvindo as  confissões dos homens e mulheres pobres que vinham a ele com seus problemas e suas esperanças. Ele escutava com respeito e reconhecia que Deus já estava agindo nas vidas daquelas pessoas. Descobriu que Deus ama todo mundo, e que Jesus Cristo é o amor de Deus feito carne. Ele precisava anunciar essa mensagem a todas as pessoas. Escutando e colaborando com os abandonados e pobres, Afonso descobriu o que de fato significava a sua Vocação Missionária Redentorista.
Descobriu uma paixão por Jesus e uma paixão pelo povo, paixão maior do que ele jamais imaginara.
Acompanhar com compaixão e esperança: Próximo dos abandonados e dos pobres, e escutando-os com respeito, Afonso percebeu que tudo precisava ser mudado. Os Missionários que vieram juntar-se a ele deviam viver entre os abandonados e os pobres, perto deles, não encerrados em conventos confortáveis. As estruturas da sociedade deviam ser transformadas, de tal modo que cada um pudesse viver com dignidade.
Ele sabia que, se nós queremos viver em paz e segurança, é preciso construir uma sociedade justa. Trabalho e educação são instrumentos-chave para essa sociedade. Para acabar com o tráfico de pessoas e com a prostituição, a função da mulher precisa ser respeitada, dando-lhe acesso a um trabalho honesto. Para proteger a dignidade das crianças, devem ser criados espaços seguros onde possam crescer no amor, na comunidade e na segurança.
O mandato de evangelizar conferido ao Missionário Redentorista “visa a libertação e a salvação da pessoa humana toda” (Constituição Cinco). A finalidade da nossa atividade missionária “é suscitar e formar comunidades ... que se tornem sinal da presença de Deus no mundo” (Constituição Doze). Santo Afonso descobriu que a Vocação Missionária Redentorista é um chamado à comunidade e ao compromisso. É uma vocação que nós vivemos em colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade. Os Missionários Redentoristas são as Testemunhas e os Missionários da Copiosa Redenção para todos!
Durante a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco nos desafiou a reconhecer cada vez mais que Deus está chamando cada um de nós para essa vocação missionária. Deus está nos chamando hoje como Ele chamou Santo Afonso quase trezentos anos atrás. A maioria de vocês vai responder a esse chamado dentro do sacramento do matrimônio, como bons cristãos, como pais e paroquianos. Muitos de vocês responderam como voluntários e como famílias acolhedoras durante a Jornada Mundial da Juventude. Aqui em Santo Afonso, vocês criam uma comunidade de proximidade, escuta e acompanhamento – uma comunidade que é um sinal da presença de Deus no mundo. Vocês alimentam e apoiam uma cultura da vocação na qual todos os cristãos discípulos reconhecem a nossa vocação missionária hoje. Vocês também são testemunhas e missionários – em seus lares, em seu lugar de trabalho, sua paróquia e sua comunidade.
Alguns de nós somos chamados a uma expressão mais formal dessa Vocação Missionária Redentorista como sacerdotes, irmãos, irmãs e missionários leigos. Vocês podem fazer a diferença no mundo – como vocês vão responder? Como Maria, nossa Mãe, como Santo Afonso nosso Padroeiro e São Geraldo Majela, por favor, digam “sim”. Nós precisamos de vocês.
Juntos, paroquianos e sacerdotes, pais e religiosos, crianças e jovens: sejamos Testemunhas e Missionários da Redenção no mundo de hoje. E Viva a Copiosa Redenção! Viva a Mãe do Perpétuo Socorro! Viva Santo Afonso! Vivam os Missionários Redentoristas!
Pe. Michael Brehl, C.Ss.R.
Superior Geral Redentorista
1º/08/2013

Com informações do portal da juventude Redentorista


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