quinta-feira, 31 de julho de 2014

Afonso e Celeste, dois amigos espirituais!


    O Divino Pai eterno sustenta em sua Igreja homens e Mulheres sempre dispostas (os)  à assumirem com radicalidade o projeto de Salvação de todos os homens e mulheres por meio da vida consagrada. E pelo fato de serem pessoas sentem na pele o desejo do carinho e do amor. Os santos procuram no cotidiano da vida, no mais simples ato tornarem capazes de reconhecer a presença Divina. Aqui temos a presença de Celeste e Afonso que por meio de uma bonita amizade espiritual, souberam reconhecer o projeto de Deus.

     Aqui temos uma carta da venerável irmã Maria Celeste direcionada a seu amigo Afonso Maria de ligório 






 "Louvados sejam Jesus e Maria

  Meu Pai: ocorreu-me na oração enquanto estava pedindo a Deus que não permitisse que nos separássemos jamais de seu amor: me foi mostrado pelo Senhor o lugar e a glória que na eternidade preparou para você como prêmio do amor e dos trabalhos feitos por ele. Prometeu-me que nesta jamais nos separaríamos de seu amor.
  Uma Manhã depois da comunhão tive uma claridade notável dos bens e dons que o Senhor tinha feito a sua alma. Disse-me o senhor: "Tu recebeste muitas graças minha por meio desta alma e ele receberá por meio de ti muitas graças de minha misericórdia. O sinal autêntico que dou a este servo para que conheça que o amo, será que todas as almas que estarão a seus cuidados eu as abençoarei com aumento inumerável de graças e salvação; e também os que escutarem sua palavra receberão abundância de bens eternos. esse será o sinal mais claro de meu amor que lhe darei nesta vida.
  Diga-lhe, pois, da minha parte, que me agrada se esforce em converter os pecadores à penitência, mas que eu tenho grande prazer que se esforce em conduzir à união de meu Espírito aquelas almas que caminham pela trilha do Divino Amor porque nelas sou muito glorificado e por elas dispenso ao mundo grandes misericórdias. Por isso, se ele quer me dar um grande prazer não rechace todas aquelas almas que querem militar sob sua obediência. Mas advirta que se quer verdadeiramente me agradar deverá fazer tudo sem contar consigo mesmo. eu lhe dei os dons maiores do amor puro que estão na fé pura, na qual a alma recebe sem entender todos aqueles grandes dons que conduzem ao último fim supremo de minha união, não tendo outra razão de ser todos os favores que dou às minhas almas amadas que atrai-las a está união.
   Já que o senhor quis que lhe manifestasse tudo, foi preciso obedecer-lhe. Seja tudo somente por sua glória.
   Bendiga-me no coração puro de Jesus que reine sempre em seu coração e no meu e fico beijando-lhe mil vezes os pés."
Celeste 

Ato de aniquilamento do dom do Entendimento: Outro toque de união que experimenta a alma com Deus. A santa ignorância procede da pureza


Esposa: Dulcíssimo esposo meu, me declara que toda a minha salvação está em ser cega. Tú, senhor meu, me comunica um ato de negação para não perceber em objeto algum, mas sobretudo, para negar os cinco sentidos internos da alma.
Em primeiro lugar, o ouvido, do qual me ensinas a prescindir, não escutando nada do que se dizem  ou fazem na parte baixa do homem exterior, e plugando no ouvido com o som e o clamor das grandezas e belezas de sua Divindade, sem prestar atenção a todo motim  e colisão que fazem meus sentidos, as paixões, o demônio ou todas as criaturas.  

Segundo: negar a vista. Ah! que o olho do meu entendimento é o mais suspeito de todos os sentidos! A respeito dele me ensinas que fique cego  a todos os discursos, a toda vista da razão humana e que me fique abismada para com o mais profundo de minha ignorância; que como enferma e suspeita sempre de meus próprios juízos,  o tenha em escuridão e encerrando para que sua luz divina penetre nele e fique claro a vista de minha alma, não ensombrecida por ver as coisas que estão fora de ti.

O terceiro sentido é meu olfato espiritual, é dizer, meus desejos. A este sentido a proíbo totalmente de buscar outro odor que o de sua divina suavidade, por que tu queres  que o apetite de meu espirito sege recriado no desejo somente a ti e se conforte somente nas coisas eternas, não nos maus odores das coisas velhas e vil da terra.

O quarto sentido é minha boca espiritual, é dizer, a vontade. Com ciumes incomparável não quer que coma outro alimento a não ser seu divino amor.

O quinto sentido é o tato espiritual, é dizer, os afetos, respeito dos quais tu queres que se reduz a só dois braços, com os quais te abracei minha alma, e dizer, amar a ti e ao próximo por amor teu.

Mas tu queres que estes cinco atos lute no nada de meu próprio ser, afim de que em mim vivas somente Tu, não eu, em um verdadeiro aniquilamento eu seja toda sua. Na união de sabedoria em este dom se realiza ignorar tudo por seu Amor.

(Entretenimento, 9)