terça-feira, 15 de setembro de 2015

Festa da Exaltação da Santa Cruz




Na festa da Exaltação da Santa Cruz, lembramos do amor generoso do Humano e Divino, Jesus por toda a humanidade, a tal ponto de ser capaz de doar a própria vida pelos seus irmãos.
Compartilhamos o hino das vésperas do dia

Do Rei avança o estandarte, 
fulge o mistério da Cruz, 
onde por nós foi suspenso 
o autor da vida, Jesus. 

Do lado morto de Cristo, 
ao golpe que lhe vibraram, 
para lavar meu pecado 
sangue e água jorraram. 

Ó Árvore, a mais bela, 
de rubra púrpura ornada, 
de os santos membros tocar 
digna, só tu foste achada. 

Ó Cruz feliz, dos teus braços 
do mundo o preço pendeu; 
balança foste do corpo 
que ao duro inferno venceu. 

Ó salve, altar, salve vítima, 
eis que a vitória reluz: 
a vida em ti fere a morte, 
morte que à vida conduz. 

Ó salve, cruz esperança, 
concede aos réus remissão; 
dá-nos o fruto da graça, 
que floresceu na Paixão. 

Louvor a vós, ó Trindade, 
fonte de todo perdão, 
aos que na Cruz foram salvos, 
dai a celeste mansão. 

Nesse mesmo dia Celebramos a Memória de Nossa fundadora, Madre Maria Celeste e rogamos a Deus por sua Interseção. 




 “Ó meu rei, deixa que te diga algo do muito que és, manso e soberano, para minha consolação. É assim que te considero: meu eterno sol, vestido por teu Pai, artífice supremo e sapiente. Ele, querendo iluminar o mundo envolto nas trevas, e transparente, que é a tua humanidade, por onde brilhassem teus esplendores divinos e todos os tesouros e riquezas infinitas encerradas em ti, que és o seu Verbo, servisse de luz a todos os homens.”








Que Nossa Senhora Das Dores, junto a Cruz de Jesus e por intercessão da Venerável Maria Celeste abençõe-nos o Deus rico em Bondade. Rezemos pelas vocações!






quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Festa da Transfiguração





 Nessa festa da Transfiguração de Jesus, somos também convidados a fazermos nossa Transfiguração. Com o Batismo nós  de fato somos chamados a participar na glória do próprio Senhor. Nesse dia 06 de agosto lembramos também da primeira vez que à Venerável Maria Celeste Crostarosa e suas irmãs vestiram pela primeira vez o hábito Redentorista. Que consistia em um manto vermelho escuro, como sinal do amor incompreensível de Deus para toda a criação. Com isso, Maria Celeste nos recorda das Palavras do Pai "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouvi-l!"(Mt 17, 5). com isso, desejamos que a cada dia todos os homens e mulheres possam ser transfigurados pelo espírito, a fim de que, suas vidas sejam um hino de amor e alegria para todo o mundo.



Fotos da primeira profissão de irmã Sujjita




sábado, 1 de agosto de 2015

Festa de Santo Afonso



Nesse dia em que celebramos Santo Afonso, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor nos reunimos com nossos irmãos Redentoristas para render graças a Deus pela vida e testemunho de tão grande homem. Nos alegramos por ele ter feito parte deste o inicio da fundação de nossa ordem e por ter uma bonita amizade com nossa fundadora.





Aqui vai um retrato de tão grande  amizade anotado no caderno de Afonso "Coisas de Consciência"

"Jesus me ama porque sigo suas pegadas; e faz que me digam para que lhe seja mais agradecido.
Também a Virgem me ama entre seus filhos mais queridos...
Jesus me confiou a Ela para que me acompanhe na conversão das almas.
O demônio maldiz a hora em que me entreguei a Deus e tudo o que tenho feito por este mosteiro: Jesus ao contrário bendiz tudo.
(Celeste) viu meu nome gravado no coração de Jesus: predestinado.
E (viu) que Jesus se compraz em minha devoção a Maria.
(Celeste) me conheceu entre os filhos de Maria.
Celeste, sempre estaremos unidos na graça de Deus".(p. 47)



A verdadeira Esposa de Jesus Cristo
(irmãs neoprofessas bebendo da fonte Crostarosiana e alfonsiana)

V. Uma esposa de Jesus Cristo deve ser toda dele 
17. — É bem grande a alegria de Jesus Cristo, quando recebe uma virgem no número de suas esposas, como no-lo assegura no Cântico dos Cânticos: “Sai, filhas de Sião, e vede o rei Salomão com o diadema, com que sua mãe o coroou no dia de seus desposórios e no dia da alegria de seu coração”50. Isto se entende das virgens que se dedicam sem reserva ao amor do divino Esposo e se preparam assim para se unirem a ele. É para tais núpcias que ele quer que todo o paraíso se regozije e ponha em festa, cantando: “Alegremo-nos e saltemos de jubilo e lhe demos glória, porque chegou a hora das bodas do Cordeiro e está preparada a sua esposa”51. Os ornamentos com que Jesus quer ver preparadas suas esposas são as virtudes, especialmente a 23 caridade e a pureza, figuradas nos Cânticos dos Cânticos pelas cadeias de ouro marchetadas de prata 52. Tais são os vestidos e as jóias preciosas com que o Senhor se compraz de ornar as suas esposas, segundo Sta. Ignez: Cingiu a minha destra e o meu colo com pedras preciosas; revestiu-me de uma túnica tecida de ouro e me decorou com imensos colares

Viva Santo Afonso!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Profissão da jovem Elvira


Videos da profissão Religiosa da noviça Elvira da comunidade de San Cristobal, Venezuela!
Rezemos pelas vocações!



O Hábito da Redentorista- Manto



Postamos sobre o uso do manto na Ordem. Após o concilio como forma de adaptar deixou-se que cada comunidade escolhesse usar ou não.

Dois dias depois, a referida religiosa foi comungar, mas ainda com temores e dúvidas sobre o que lhe sucedera, e andava humildemente a pedir ajuda do Senhor. Mas à vista de Nosso Senhor Jesus Cristo, Logo se afugentaram aquelas treva s, por que na Hóstia Sacrossanta se fez ver o Senhor  vestido com o hábito da Ordem, que era de cor vermelha fosco, e com manto da mesma forma do hábito que as religiosas deviam vestir. Esta vista foi de um momento, e foi espiritual, não  já com os olhos do corpo. Mas foi com tanta luz e clareza que não se pode com nenhuma comparação declarar. O manto parecia que era um céu sereno, e a sua túnica colorida como púrpura, e toda resplendente. Ele indicava à  alma todo o modo e a maneira que está anotado nas Regras. E ainda lhe disse que era Ele, e não o demônio, como ela pensava e lhe agradava que ela vivesse de sua vida.(Autobiografia)

Haiti

Colombia


Irlanda

Burkina Faso

Alemanhã








 O hábito da Redentorista é cheio de simbolismo.
  A Túnica, vermelho-escuro, para significar a infinita Caridade de Deus para com o gênero humano.
  O cinto, do mesmo pano e da mesma cor da túnica, é para significar a união de Cristo com os fiéis e com a Igreja sua Esposa.  Serve também de símbolo o amor, da estreita união das Irmãs no Coração de Jesus.
manto azul-celeste contém três significações:
 1ª - Que Jesus tomou sobre Si todo trabalho, opróbrio, mortificação e amarguras do sofrer mais acerbo, para nos dar o exemplo.
 2ª - Para lembrar que a vida  da Redentorista deve ser toda celeste, de pensamentos elevados da Terra e colocados  no Céu, é para comemorar o desejo que Jesus cristo teve de sofrer na Cruz pela salvação das almas.
 3ª - Para mostrar que Jesus Cristo com seus trabalhos e Cruz uniu o Céu à Terra, e o homem terrestre tornou-se cidadão celeste.
 véu branco é um sinal da pureza e candura que devem ornar sua mente e seu coração pela reta intenção e do amor e zelo com que devem guardar-se para corresponder ao divino e puro amor de Jesus Cristo.
 O véu preto é um sinal da morte de Jesus e como um luto perpétuo da fidelidade inviolável ao amor de Jesus Cristo e que devem  ser totalmente desconhecidas e mortas para o mundo.
 coroa de espinhos que recebem na Vestição é um sinal que são Esposas do Rei das Dores.
 sapato branco é para recordar que Jesus nada tomou do mundo, e que, também elas  não terão apego às coisas da terra.
 Imagem de Jesus Cristo presa ao escapulário é para mostrar a todos que Jesus vive em seu coração e este sinal de amor lhes servirá para serem reconhecidas no Reino do Pai Celeste.
 O Rosário que trazem na cintura com os sinais da Paixão  e Morte de Cristo é em memória do que Jesus sofreu pela salvação dos homens, e para que este sinal seja como uma armadura de defesa contra o mundo, o demônio e a carne.
escapulário azul igual ao manto é o sinal da consagração a Nossa Senhora.



Tailandia- as irmãs escolheram usar recentemente

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Papa Francisco publica mensagem para 52ª Jornada Mundial de Oração pelas Vocações


 
O êxodo, experiência fundamental da vocação


Amados irmãos e irmãs!
O IV Domingo de Páscoa apresenta-nos o ícone do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, chama-as, alimenta-as e condu-las. Há mais de 50 anos que, neste domingo, vivemos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este dia sempre nos lembra a importância de rezar para que o «dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). Jesus dá esta ordem no contexto dum envio missionário: além dos doze apóstolos, Ele chamou mais setenta e dois discípulos, enviando-os em missão dois a dois (cf. Lc 10,1-16). Com efeito, se a Igreja «é, por sua natureza, missionária» (Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Ad gentes, 2), a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão. Assim, ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus.
A oferta da própria vida nesta atitude missionária só é possível se formos capazes de sair de nós mesmos. Por isso, neste 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, gostaria de refletir precisamente sobre um «êxodo» muito particular que é a vocação ou, melhor, a nossa resposta à vocação que Deus nos dá. Quando ouvimos a palavra «êxodo», ao nosso pensamento acodem imediatamente os inícios da maravilhosa história de amor entre Deus e o povo dos seus filhos, uma história que passa através dos dias dramáticos da escravidão no Egito, a vocação de Moisés, a libertação e o caminho para a Terra Prometida. O segundo livro da Bíblia – o Êxodo – que narra esta história constitui uma parábola de toda a história da salvação e também da dinâmica fundamental da fé cristã. Na verdade, passar da escravidão do homem velho à vida nova em Cristo é a obra redentora que se realiza em nós por meio da fé (Ef 4, 22-24). Esta passagem é um real e verdadeiro «êxodo», é o caminho da alma cristã e da Igreja inteira, a orientação decisiva da existência para o Pai.
Na raiz de cada vocação cristã, há este movimento fundamental da experiência de fé: crer significa deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra. Esta «saída» não deve ser entendida como um desprezo da própria vida, do próprio sentir, da própria humanidade; pelo contrário, quem se põe a caminho no seguimento de Cristo encontra a vida em abundância, colocando tudo de si à disposição de Deus e do seu Reino. Como diz Jesus, «todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (Mt 19, 29). Tudo isto tem a sua raiz mais profunda no amor. De fato, a vocação cristã é, antes de mais nada, uma chamada de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um «êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus» (Bento XVI, Carta enc. Deus caritas est, 6).
A experiência do êxodo é paradigma da vida cristã, particularmente de quem abraça uma vocação de especial dedicação ao serviço do Evangelho. Consiste numa atitude sempre renovada de conversão e transformação, em permanecer sempre em caminho, em passar da morte à vida, como celebramos em toda a liturgia: é o dinamismo pascal. Fundamentalmente, desde a chamada de Abraão até à de Moisés, desde o caminho de Israel peregrino no deserto até à conversão pregada pelos profetas, até à viagem missionária de Jesus que culmina na sua morte e ressurreição, a vocação é sempre aquela ação de Deus que nos faz sair da nossa situação inicial, nos liberta de todas as formas de escravidão, nos arranca da rotina e da indiferença e nos projeta para a alegria da comunhão com Deus e com os irmãos. Por isso, responder à chamada de Deus é deixar que Ele nos faça sair da nossa falsa estabilidade para nos pormos a caminho rumo a Jesus Cristo, meta primeira e última da nossa vida e da nossa felicidade.
Esta dinâmica do êxodo diz respeito não só à pessoa chamada, mas também à atividade missionária e evangelizadora da Igreja inteira. Esta é verdadeiramente fiel ao seu Mestre na medida em que é uma Igreja «em saída», não preocupada consigo mesma, com as suas próprias estruturas e conquistas, mas sim capaz de ir, de se mover, de encontrar os filhos de Deus na sua situação real e compadecer-se das suas feridas. Deus sai de Si mesmo numa dinâmica trinitária de amor, dá-Se conta da miséria do seu povo e intervém para o libertar (Ex 3, 7). A este modo de ser e de agir, é chamada também a Igreja: a Igreja que evangeliza sai ao encontro do homem, anuncia a palavra libertadora do Evangelho, cuida as feridas das almas e dos corpos com a graça de Deus, levanta os pobres e os necessitados.
Amados irmãos e irmãs, este êxodo libertador rumo a Cristo e aos irmãos constitui também o caminho para a plena compreensão do homem e para o crescimento humano e social na história. Ouvir e receber a chamada do Senhor não é uma questão privada e intimista que se possa confundir com a emoção do momento; é um compromisso concreto, real e total que abraça a nossa existência e a põe ao serviço da construção do Reino de Deus na terra. Por isso, a vocação cristã, radicada na contemplação do coração do Pai, impele simultaneamente para o compromisso solidário a favor da libertação dos irmãos, sobretudo dos mais pobres. O discípulo de Jesus tem o coração aberto ao seu horizonte sem fim, e a sua intimidade com o Senhor nunca é uma fuga da vida e do mundo, mas, pelo contrário, «reveste essencialmente a forma de comunhão missionária» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 23).
Esta dinâmica de êxodo rumo a Deus e ao homem enche a vida de alegria e significado. Gostaria de o dizer sobretudo aos mais jovens que, inclusive pela sua idade e a visão do futuro que se abre diante dos seus olhos, sabem ser disponíveis e generosos. Às vezes, as incógnitas e preocupações pelo futuro e a incerteza que afeta o dia-a-dia encerram o risco de paralisar estes seus impulsos, refrear os seus sonhos, a ponto de pensar que não vale a pena comprometer-se e que o Deus da fé cristã limita a sua liberdade. Ao invés, queridos jovens, não haja em vós o medo de sair de vós mesmos e de vos pôr a caminho! O Evangelho é a Palavra que liberta, transforma e torna mais bela a nossa vida. Como é bom deixar-se surpreender pela chamada de Deus, acolher a sua Palavra, pôr os passos da vossa vida nas pegadas de Jesus, na adoração do mistério divino e na generosa dedicação aos outros! A vossa vida tornar-se-á cada dia mais rica e feliz.
A Virgem Maria, modelo de toda a vocação, não teve medo de pronunciar o seu «fiat» à chamada do Senhor. Ela acompanha-nos e guia-nos. Com a generosa coragem da fé, Maria cantou a alegria de sair de Si mesma e confiar a Deus os seus planos de vida. A Ela nos dirigimos pedindo para estarmos plenamente disponíveis ao desígnio que Deus tem para cada um de nós; para crescer em nós o desejo de sair e caminhar, com solicitude, ao encontro dos outros (cf. Lc 1, 39). A Virgem Mãe nos proteja e interceda por todos nós.
Vaticano, 29 de Março – Domingo de Ramos – de 2015.
FRANCISCUS

terça-feira, 24 de março de 2015

Série: Orar 15 Dias com Maria Celeste

Apresentamos a meditação do quarto dia da espiritualidade Crostarosiana, nesse dia observaremos um pouco sobre o seu Sol Divino. #Acesse, #compartilhe e #divulgue!


Um Domingo De Manhã...




Maria Celeste, um domingo de manhã, na hora da comunhão. Apenas acabara de receber a Santa hóstia, Nosso Senhor se mostrou a ela...Isso durou várias horas... O Senhor lhe diz: "Quero ser seu guia, quero conduzir você; a ninguém procure fora de mim"(L, cap. III).

            Um domingo de manhã... Costumeiramente, Maria Celeste fala de sua comunhão diária sem dizer o dia, o mês ou o ano. Não é a data o importante para ela, mas o mistério eucarístico. Entretanto, esta é a única vez em sua autobiografia que ela diz ser precisamente um domingo. Domingo, dia do Senhor. Ou seja, o dia da eucaristia em sua plenitude. Não nos esqueçamos que lá nas origens a festa da Páscoa era celebrada a cada domingo. Ela só se tornou uma solenidade anual a partir da metade do segundo século. Compreende-se assim porque Maria Celeste está atenta a esse detalhe, pois que o Senhor a ela se apresenta como o guia, aquele que lhe abre passagem, a Páscoa para uma terra de liberdade, em sua morte e ressurreição. Cada eucaristia celebra essa Páscoa. Especialmente a do domingo. ela está convencida disso.
            Quero ser seu guia... precisou Jesus. Ora, nessa época, muitos confessores ou diretores de consciência aceitavam que seus penitentes fizessem o voto de lhes obedecer, e até- este foi o caso de Dom Falcoia com Maria Celeste- chegavam a exigir isso deles. Conscientemente, Maria Celeste se recusou. Esse foi um, aliás, entre os motivos que, em 1733, determinaram sua expulsão do mosteiro de Scala. Ela não tinha senão um verdadeiro guia: o Cristo que lhe falava ao coração desde a infância:

Ela era ainda uma menina por volta de seus cinco ou seis anos, quando o Senhor começou a lhe dar conhecimento passivo de sua natureza divina, mas de maneira tão doce que a menina teve vontade de lhe devotar todo o seu amor e seu serviço (L, cap. I).

            Em sua autobiografia, Maria Celeste recorda como o senhor insiste nessa formação espiritual, quando ela se torna mestra de noviças no Carmelo de Marigliano:

Nessa época, o Senhor... Iluminou minha inteligência para me instruir sobre verdades da fé... Atraindo-me para ele, fazia-me ver como ele  viveu e como é a vida de uma alma santa. em íntima união de amor comigo, Jesus comunicava-me por sua graça um gozo antecipado da vida eterna, fazendo-me entender estas suas palavras no Evangelho: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". E estas: "Ninguém vai ao Pai senão por mim". Ele me mostrava a obra maravilhosa da união divina com a natureza humana, união tornada possível à alma pelo Espírito Santo e pelos frutos das boas obras. Tudo isso nos foi merecido pela vida santíssima que ele viveu na terra, quando aqui habitou (L, cap. XV).

            Maria Celeste  centra sua oração na meditação do Evangelho, principalmente nos textos de João e nas cartas de Paulo. Ela comentará esses textos para suas irmãs, em seus escritos e nos retiros que pregará. Para a época, não faltava audácia nisso.
            Maria Celeste prega o Evangelho, mas sobretudo ela o vive, não obstante as provocações que se abatem sobre ela e sobre o projeto do novo Instituto. Poucos dias antes de ser expulsa do mosteiro de Scala, assim escreve em uma de suas cartas:

Meu espírito está em paz e nada teme, caminhando segundo o Santo Evangelho e sobre as pegadas de meu amantíssimo Jesus (S, p. 38, lettre à son confesseur, 20 avril 1733).

            Aliás, na fundação do novo Instituto, dá ao regulamento para as Monjas um título evocativo e bem original para a época: O Instituto e as Regras do Santíssimo Salvador, contidos nos santos Evangelhos...
            Para ela, de fato, trata-se primeiro de obedecer ao chamado de Jesus Salvador: "Sede meus discípulos"(Mt 11, 29). Eis porque Maria Celeste pede às monjas que meditem o Evangelho da missa do dia. Além disso, exige das superioras que se esmerem em explicá-lo às irmãs menos dotadas, para possibilitar-lhes assim melhor compreender e praticar as Regras e Constituições do Instituto. E mais: escreverá vários livros, quase todos comentários do Evangelho.
            Maria Celeste não ignora os perigos que rondam as pessoas em oração, principalmente a oração proveniente da repetição de fórmulas, mesmo as mais belas. Como dirá mais tarde Charles Péguy: "A enorme enxurrada de Pai-Nosso", ela sabe que andamos muitas vezes titubeantes, porque distraídos. Mas sabe também que há dias, quando vem a tempestade, em que o barco se volta para o alto-mar, ao sopro de Deus. E por isso é preciso ter um guia seguro: o próprio Jesus. Ela o acolhe a cada dia na escuta de sua Palavra e, principalmente, no coração até o coração que acompanha cada uma de suas comunhões.

E nós hoje?

Quem é nosso guia espiritual? Será o Senhor Jesus?
Será que gastamos tempo em escutar sua palavra? Em escutar o Evangelho cada dia? Em Lê-lo não só para estudá-lo, mas para meditá-lo, para dele nos nutrirmos fervorosamente?
Será que aproveitamos nossas comunhões para entrar em diálogo com Jesus e para acolher sua mensagem de amor, que orientará nossa vida ao longo de todo o dia?
Estamos decididos a viver com o Cristo Salvador? Por ele? Nele?
Por fim, a confidência de Maria Celeste, dando-nos conta de que ela tinha "Mais ou menos cinco ou seis anos quando o Senhor começou a lhe dar a conhecer...sua natureza divina", convida-nos a descobrir o valor da oração da criança e a importância de sua educação cristã desde a mais tenra idade. Charles Péguy, poeta e pai de família, dois séculos mais tarde dará testemunho disso e comporá o canto do Deus dos cristãos, que tanto ama as crianças:
"Eu vi grandes santos, diz Deus.
Pois bem, eu vos digo:
Jamais vi nada de tão singular e, por conseqüência, nada conheci de mais belo no mundo do que uma criança que adormece fazendo sua oração...
E misturando o Pai - nosso com a Ave - Maria" (Oevres poétiques, ed. Gallimard, p. 791)




Oremos com Maria Celeste

Ó meu Bem...
Eu te abraço,
aperto-te ternamente contra meu coração.
Olho para ti e te contemplo,
em verdade posso dizê-lo.
Sem te mostrares,
num piscar de olhos, tu te fazes entender.
Tu me feres como uma flecha de fogo
que num instante me atinge e me traspassa.
Tu me ensinas o bem e me revelas a verdade eterna.
Ardente desejos excitas em mim
de, desvelado, ver-te no céu,
e num beijo eterno te beijar...
Corro para ti como para meu refúgio
em todas as minhas necessidades espirituais e temporais,
em minhas dúvidas e minhas dificudaldes,
porque não somente te fizeste o Pai, o
Esposo
e o Senhor de meu coração,
mas também o Guia, o Condutor, o Mestre,
a quem queres que eu recorra
em todas as minhas necessidades,
para encontrar consolação, remédio e socorro.
Tu és meu tudo (Es, Dixième jour).



quarta-feira, 11 de março de 2015

Série: Orar 15 Dias com Maria Celeste

Apresentamos a meditação do terceiro dia da espiritualidade Crostarosiana, nesse dia observaremos um pouco sobre o seu Sol Divino. #Acesse, #compartilhe e #divulgue!




Contemple-Me...


Contemple-me, ame e viva de amor,
Não segundo a carne, mas segundo o
Espírito; não segundo os sentidos,
 mas de maneira divina (E, L’ an 1732)

Contemple-me... É o chamado de Jesus à contemplação. Maria Celeste não hesita em responder “sim”. E Jesus insiste:

Contemple-me com os dois olhos, fixe-os sobre o meu supremo e eterno Bem, sem lhar para as coisas passageiras e terrenas, e menos ainda para os impulsos que vêm de seus instintos inferiores (L, Solilóquio Diálogo).

Constantemente o Senhor lembra Maria Celeste sobre esse olhar de contemplação. Ela está bem consciente disso: “A primeira lição que me dás é a de ter o olhar sem cessar fixado em teu divino Ser”(L, sexto Diálogo). E ela tem sempre presente este apelo do Senhor: “contemple-me sempre com o olhar de sua inteligência, mesmo nas menores coisas” (L, oitavo Diálogo).

Por que é tão frequente esse apelo, senão porque “contemple-me” é um apelo de amor? Não há verdadeiro amor sem contemplação. A mãe que ama seu filho contempla-o, e, nessa contemplação, o filho descobre que é amado. Assim, também nós diante de Deus. É o que Jesus diz repetidas vezes a Maria Celeste:

Aja de tal forma que, por uma aspiração de amor, sua alma tenha sempre o olhar fixado em mim, e que todas as suas ações, espirituais, temporais ou sentimentais, reduzam-se a um só ato de amor e de reta intenção, tendo a mim como único objeto (L, Oitavo Diálogo).

Jesus ainda revela a Maria Celeste que, enquanto ela contempla Deus e é por ele contemplada, essa mútua contemplação tem como única fonte o amor que vem de Deus:
Bem-amada de meu Coração..., observe: meus olhos estão agora fixos em você, para que você me contemple com meu próprio olhar (NN, quatrième jour).

Essa contemplação ilumina e transforma Maria Celeste. Ela descobre o segredo maravilhoso dessa troca de olhares: a humanidade e a divindade de Cristo, Verbo feito carne, Deus feito homem. E depois desse apelo à contemplação, ela ouve do Senhor o apelo a uma vida de amor, com Deus e com o próximo:

Ela vive na força do amor e na chama do Espírito Santo que, como um fogo, se ergue da alma assim inflamada, com violência e ao mesmo tempo com suavidade, transformando em vivo fogo de amor toda alma disposta a recebê-lo... Assim, para a alma nesse estado, tudo é zelo ardente e chama de amor; ela fala sempre do amor, estima o amor, quer o amor, sente o amor, ama o amor, pensa no amor, deseja o amor, vive por amor, no amor compreende e deseja viver por toda a eternidade. Ó amor inefável e divino, centro e vida dos corações! (L, Degrau Décimo).

Esse texto de Maria Celeste é claramente inspirado em São Paulo: “Se eu não tenho a caridade, se me falta o amor, não sou senão um bronze que soa, um tímpano que retine. Seria inútil ser profeta, ter toda a ciência dos mistérios e toda a sabedoria de Deus e toda a fé a ponto de transportar montanhas, pois se me falta o amor, eu nada seria; poderia distribuir toda minha fortuna e me deixar queimar, mas se não tiver caridade, isso de nada me serve...”(1Cori 13, 1-3).

Para Maria Celeste, como para Paulo, Deus é amor, Deus não é senão amor. Amor humilde e incandescente. Ela está convencida disso, e o Senhor a convida a viver desse amor. Isso é mais importante, garante-lhe Jesus, que todos os dons extraordinários com os quais algumas almas podem ter sido favorecidas:

Eu estimo mais em uma alma um grama de amor puro que todas as graças extraordinárias com que possa estar ornada. Aprecio, sem dúvida, esses favores, como riquezas minhas nas almas que os possuem e nas quais eu os depositei, mas exijo que, na qualidade de depositárias, elas  os guardem com extrema fidelidade.
Aquelas, porém, às quais não concedi essas riquezas e graças, mas que me amam de coração, proporcionam-me grande glória. Por sua humildade e menosprezo  de si mesmas, elas me glorificam com grande pureza de amor. Alegra-me imensamente nelas viver escondido.
No céu, as almas serão glorificadas na medida de seu amor e não de seus dons! (L, Primeiro Diálogo).

Esse olhar amoroso pouco a pouco se transforma em oração silenciosa. Oração por ela mesma e por todo o mundo:

Em um único olhar de amor, a alma expõe não só suas próprias mazelas, mas também as misérias do próximo, bem como todas as graças que deseja. Ela está diante de seu Bem-Amado e, por um só olhar de amor, apresenta-lhe todas as suas necessidades. Seus olhos não se alegram apenas pela felicidade de contemplar seu Bem-Amado, mas por ser substancial, amigável e misericordiosamente por ele contemplada (L, Degrau Segundo).

Maria Celeste faz a experiência desse olhar de amor do Verbo encarnado, principalmente na hora da eucaristia:

Na santa comunhão (o Verbo encarnado), revela-se lançando-lhe um olhar de amor a partir da santa hóstia, um olhar da santa Humanidade unida... ao Verbo. Esse olhar seria suficiente para fazer morrer de amor ou de dor, se o Senhor não reconfortasse e fortalecesse a alma que recebe essa graça. Foi esse olhar fixo em São Pedro, depois que ele traiu o Mestre, que bastou para fazê-lo chorar seu pecado pelo resto da vida, com infinita dor, pois feriu de tal forma seu coração que essa ferida de amor jamais cicatrzou, mesmo sabendo ele que seu querido Mestre lhe havia perdoado (L, Degrau Oitavo).

Maria Celeste viveu de olhos abertos. Abertos para Jesus, que a mira com amor; abertos para o mundo, que é visto com amor pelo mesmo Jesus Salvador.

E nós, hoje?

Será que, antes de toda oração, nós gastamos tempo em nos deixar olhar, em silêncio, pelo Senhor? Em acolher, com humildade e com calma, esse olhar pousado sobre nós? E, depois, em responder a esse olhar de amor com outro sincero olhar de amor? Compreendemos que esse olhar de amor é uma oração das mais perfeitas?

Estamos decididos a manifestar esse amor com atos concretos de caridade para com o próximo, ao correr de todo o nosso dia, uma vez que, como disse Jesus, “tudo o que fazeis a um desses pequeninos, que são meus irmãos, é a mim que o fazeis?”(Mt 25, 40).

Como diz São João: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, foi ele que nos amou... E nós, nos reconhecemos e cremos que o amor de Deus está entre nós. Deus é amor”(1 Jo 4, 10-16), compreendemos, por fim, que todo amor vem de Deus? Em outras palavras, compreendemos que Deus é a fonte de todo amor? Do amor que temos por ele, do amor que temos pelos outros, do amor que dele e dos outros nós recebemos?

Oremos com Maria Celeste

Ò Verbo eterno...
Tua voz substancial sem dizer palavras me
Explicou
O ato puro e divino de teu ser no Pai celeste
E do ser do Pai em ti.
Eu vi que és a felicidade e a sabedoria do Pai,
Luz infinita, todo poder,
Riqueza, glória, beleza, misercórdia, verdade,
Justiça, santidade:
Espelho limpidíssimo de todas as perfeições divinas;
Paz, centro, contentamento,
Quietude participante de toda a bondade
E felicidade do Pai...
Tu és a luz e a glória dos anjos,
A beleza e as delicias do céu,

E a força invencível da virtude de Deus (Es, Premier Jour)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Série: Orar 15 Dias com Maria Celeste

Apresentamos a meditação do segundo dia da espiritualidade Crostarosiana, nesse dia observaremos um pouco sobre o seu Sol Divino. #Acesse, #compartilhe e #divulgue!



Contemplar meu Sol Divino...


Como poderia eu contemplar meu sol divino, que em ti se encerra, sem primeiro admirar o esplendor do cristalino invólucro através do qual nos é o lugar onde o Pai o colocou para o mundo (S, p. 24, Neuvième Dialogue).
Maria Celeste viveu em Nápoles. Ela admirou o sol de Nápoles, que tudo transforma em ouro. Sua comparação de Cristo com o Sol ajuda-a a expressar o que sente durante a oração, sobretudo na hora da comunhão. Em outras palavras, a criação, ou, mais exatamente, Deus presente na criação, que ela admira, ajuda-a a descobrir o verdadeiro rosto de Deus. Esse Deus Pai que é amor, que não é senão amor, e que, por seu filho Jesus, Deus feito homem, nos comunica o Espírito Santo, para possibilitar que participemos de sua vida divina. Essa intuição mística o próprio Senhor a havia chamado a experimentar desde a infância, como a ajuda da seguinte imagem:

Meu coração por tantos favores, sobretudo este de me ver não só em tua companhia, mas de te sentir vivo morando no íntimo de meu ser (ES, dixième jour).

Durante toda a vida, Maria Celeste contemplará maravilhada a luz do mundo, seu Sol que na hora da comunhão, está dentro de seu coração:

Ah! Meu senhor, eu contemplo teu corpo sagrado e glorificado! Ele é mil vezes mais belo que um sol de puríssimo cristal. Como poderia eu chegar à comparação dessa pureza?  Faze-a tu, que podes, pois eu não poderia jamais, malgrado todos os meus esforços (NN, Troisième jour).



E nós, hoje?

Para bem rezar, como Maria Celeste, é preciso gastar tempo em admirar. Admirar Deus, admirar sua obra, admirar seu amor. Muitas vezes, corremos o risco, como certos jornalistas da imprensa, do rádio ou da televisão, de fixar o olhar só sobre aquilo que está em nós e ao nosso redor, esquecendo de ver o melhor.
Compreendemos que o Senhor projeta sobre nossa vida e sobre a vida do mundo uma luz a nehuma outra comparável? Ele nos chama a ver como ele, isto é, a ver primeiro o que há de belo e de melhor no mundo, o que há de belo e de melhor em cada um de nós. Então?




Oremos com Maria Celeste

Ó meu soberano Rei (Jesus),
Deixa-me, para minha consolação, dizer-te
Qualquer coisa
Daquilo que tu és.
Eu te vejo como o Sol eterno,
Vestido por teu Pai, o artista supremo e infinitamente sábio,
Que, desejando iluminar o mundo em suas trevas,
Fez para a tua divindade
Uma veste de luminoso e transparente cristal:
Tua santa humanidade,
Através da qual deviam revelar-se os esplendores divinos,
As riquezas e os tesouros infinitos,
Seu Verbo.
O Pai colocou no mundo esse Sol assim revestido para que a luz
De todos os homens,
Como diz o evangelista São João.
Por isso, como no céu, tu és a Luz da eterna glória,
Assim resplandeças na terra
Como o Sol de justiça, entre os homens pecadores,
Para livrá-los das trevas do pecado,
E, entre os justos,
Para ser o amante que atrai seus corações...
(L, Solilóquio Diálogo)




Oração pela beatificação da veneravel

Pedimos a todos/as para que rezem a oração para a beatificação de nossa venerável Madre fundadora.
ajude-nos também a divulga-la, obtendo alguma graça por sua intercessão nos comunique!




Oração
Ó Deus, tu deste a Maria Celeste a Plena comunhão no mistério da morte-ressurreição de teu Filho amado, glorifica a tua serva atendendo as preces que te apresentamos por sua intercessão e ensina-nos a entrar, como ela, em teu grande plano redentor. Por Jesus Cristo nosso Senhor, Amém



Oração (Espanhol)
Oh Dios, Tú has dado a María Celeste la plena comunión con el misterio de la muerte-resurrección de tu Hijo amado, glorifique a vuestra sierva, asistir a las oraciones que te presentamos a usted por su intercesión y nos enseña a entrar, como ella, en su gran plan de redención . Por Jesu cristo nuestro Señor, Amén



Oração (Italiano)
SS. Trinità, Ti adoro dall'abisso del mio nulla e ti ringrazio per i doni e privilegi concessi alla tua serva Suor Maria Celeste, e ti prego di volerla glorificare anche qui in terra; per questo ti supplico di donarmi, per sua intercessione, la grazia che umilmente aspetto. Amém

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Festa da Apresentação do Senhor no templo

Hoje dia que a Igreja comemora a festa da Apresentação do Senhor e celebra o dia da Vida Consagrada queremos compartilhar com todos os leitores de nosso Blog um texto da série de Jean-Marie Ségalen, sobre nossa Fundadora.




Agora!...

Eu fico. Agora!...(R. p. 235)


Em sua notavel obra "Afonso de Ligório, uma opção pelos abandonados", Th. Rey-Mermet apresenta assim Maria Celeste:

   "Manhã de primavera de 1718. A carruagem de José Crostarosa, advogado lotado em Nápoles, corre ao sol pelas planícies de Nola. Na neblina azulada, que se dissipa entre as árvores em flor, quatro senhoras se dirigem a Marigliano, distante 20 Km da capital: a senhora Paula Battista Crostarosa, uma sua amiga e duas de suas filhas : Úrsula, com trinta anos e Júlia, a futura irmã Maria Celeste, que tem então por volta de vinte anos. Vão para uma visita à irmã Veridiana de Jesus, priora do conservátorio carmelita de Marigliano(....)

   No carmelo, a acolhida é a mais calorosa possível. alegre, a conversa.

   Lá pelo meio da conversa, a priora teve a inspiração de dirigir a Júlia esta intrigante pergunta:

   -E você, que espera para se doar ao Senhor? Não gostaria de ficar hoje mesmo conosco neste mosteiro?
   A Resposta veio instantânea, flamejante:
   -eu fico. Agora!... "


   Agora!... Nessa resposta está todo o temperamento de Maria Celeste: chama viva de amor e generosa impetuosidade; liberdade de espírito e vontade férrea; firmeza de caráter e rapidez de decisão; paixão pelo Cristo e dom total, alegre, sem medida.

   Ela fica. E inflamado debate se desenrola então entre ela e a mãe. Malgrado as objeções desta, que alega que seu pai não está a par da decisão, Maria Celeste retruca dizendo que se seu pai recusa, elas voltarão para casa, mas ela está convencida de que ele dará sua aprovação e pagará o dote requerido pelo mosteiro. É o que de fato acontece.

   Maria Celeste nasceu no coração de Nápoles, em 31 de outubro de 1696, trinta e quatro dias depois de Afonso de Ligório e no mesmo bairro. Era o mês das rosas. Seu nome de família- "Crosta-rosa": Rosa de fogo- lembrava que ela veio ao mundo envolta pelos aromas do outono, que fazem o poeta exclamar: "Recende a ouro, açafrão e cobre..."

   Ela é a décima filha da família. Raio de sol por sua vivacidade e bom humor, é querida de todos . E, no entanto, recolhida: por volta dos cinco ou seis anos, ela inicia a experiência de uma vida mística precoce e extraordinária. Ao redor dos onze anos, começa a comungar. Pelos quinze, seu confessor a autoriza a comungar todos os dias. Autorização inusitada numa época em que se comungava raramente. A eucaristia se torna desde então o tempo forte de sua oração diária e o centro de sua vida espiritual. Aos dezessete anos, com a aprovação de seu confessor, consagra-se a Deus fazendo o voto de castidade.

   Ela está nessa época no carmelo de Marigliano. Mas não aceita uma vida religiosa pela metade. Tendo constatado certo relaxamento, reage pronta e vigorosamente junto à superiora:

                                     Se a senhora não tomar providências contra esse  relaxamento, jamais farei profissão neste  convento...(R, p. 236).


   A Priora a atende, e, a 21 de novembro de 1719, na festa da Apresentação de Maria no templo, Maria Celeste faz a profissão, toda feliz por ser “aceita como filha por Maria”(A, cap. IX).

   Seis meses depois de sua profissão religiosa, Maria Celeste é nomeada mestra de noviças. Esse cargo inflama seu zelo. Falando de si mesma, escreverá mais tarde:

                                           Sobrevém-lhe (a Maria Celeste) grande fome de ajudar o próximo a amar com fervor a Deus (R, p. 236).

   Mas logo o carmelo é fechado por ordem do bispo e para escapar aos desmandos da proprietária das terras. Foi preciso então procurar uma solução para permanecer fiel a sua consagração ao Senhor. É quando ela entra para as Visitandinas de Scala, a conselho do padre Falcoia. Nesse novo mosteiro, Deus irá revelar-lhe um tipo de vida religiosa que ele pretende propor, por meio dela, a homens e mulheres de seu tempo e de séculos futuros. Essa revelação se dará durante a ação de graças, depois da comunhão, um tempo forte, todos os dias, de sua espiritualidade.

   Em 1718, ao ser perguntada pela Priora do carmelo de Marigliano, Maria Celeste havia respondido: “Sim, agora!” Hoje, ela não somente aceita continuar a responder “sim” ao Senhor, mas se empenha  em um “sim” que será longo, difícil e doloroso como a paixão de Jesus, mas que lhe trará a felicidade e a paz de páscoa. Ela se empenha em fazer apelos aos homens e mulheres de seu tempo e de tempos vindouros para viverem o novo tipo de vida religiosa que o Senhor lhe revela na hora da eucaristia; apelo a fazer ver o Cristo em seu mistério pascal por meio de uma vida religiosa pessoal e comunitária; apelo a continuar dessa forma a a missão de Jesus Salvador no mundo todo e ao longo dos séculos.

E nós, hoje?

   Os primeiros momentos da oração de Maria Celeste destinavam-se a escutar Deus. Será que nós empregamos tempo em escutar Deus?

   Além disso, quando sentimos um chamado do Senhor, respondemos “sim”, prontamente, como Pedro ao abandonar suas redes e seu barco de pesca? “sim”, como Mateus deixando seu balcão de cobrador de impostos? “Sim, agora”, como Maria Celeste renunciando o conforto do palácio de seus pais?

   Compreendemos que Deus não exige êxito apostólico imediato, agora, mas fidelidade a seu amor, seja lá quanto isso custe?

   Mais: nosso “sim” é não apenas generoso, ardente, paciente, fiel, mas também um “sim” alegre, com cores de páscoa?

   Por fim, compreendemos que nosso “sim” ao Senhor não tem como meta primeira fazer-nos campeões em virtudes, mas nos dar, “uma grande fome de ajudar o próximo”, de partilhar nossa fé, nossa bondade, o amor que o Senhor nos dá, amor que descobrimos por meio de sua Palavra, seus sacramentos, principalmente a eucaristia?



Oremos com Maria Celeste

No dia de sua profissão religiosa, Maria Celeste confirmou seu “Sim, agora!” ao Senhor, cantando este canto que compusera certa ocasião:


Eis a hora tão esperada
Em que Deus me desposou.
Plenamente consolada,
Nele, que é meu amor,
Repousarei.

Sim, estou muito contente,
Saciou-se meu desejo;
Gozarei o meu Esposo
Por toda a eternidade.

Aqui estarei desejando
 Usufruir de meu amante,
Servi-lo, a ele satisfazer
E possuí-lo eternamente.

Irei, depois
Meu Bem-amado,
Ver-te lá em cima, no céu;
Lá, para sempre possuirei
Esse Esposo que me amou (L, cap. IX)